sábado, 21 de junho de 2008

Úmido!

A Rosa deu um Chá de cadeira na gente, mas nós aguentamos (ô se aguentamos, firme) tudo pela volumetria na moda praia masculina.

Didi, iniciante no jornalismo de moda, estava pronto pra sua primeira aula comigo, mas se saiu um aluno disperso, principalmente quando a modelagem ressaltou o grande talento de Alex Schultz, cujo seus longos atributos fez Didi ovular.

Emocionante a iniciativa de Amir Slama apoiar o retiro das modelos e nos trazer, pela enésima vez, o tostado Paulo Zulu (que faz jus ao sobrenome e aboliu o uso de protetor solar, pra ficar bem zulu)

A coleção parecia uma releitura (Helen Pomposelli ensinou bem o uso desse termo - não termas - pro Didi!) da coleção loucurinhazzzzz (já essa palavra veio da convivência intensa de Didi com Marcelle) Cangaçeira da marca em 2005, só que dessa vez numa levada cangaço goes to The Week. Enquanto as mulheres tiveram uma vulvaginite aguda, as bees sairam de Almada lavada.

Mas ninguém resumiu melhor uma coleção, nem mesmo um press release bem escrito (isso existe?), do que a primeira entrada (ui!) da marca. Ela prova que modelo pra ficar bem na sunga da grife só precisa de uma coisa: tirá-la!

Postado por Didi e Vitor Angelo, um post especial Te Dou Um Dado Dus*****Infernus!

TÃO DELICADA QUANTO UMA PORCELANA!

A origem da palavra porcelana está ligada de uma maneira um pouco bizarra com o sexo feminino, algo que a delicadeza é seu maior alicerce.
Em inglês, falamos “fashion designer” para a palavra correlata em português, estilista. O designer da expressão anglicana esclarece muito sobre o trabalho do fazer roupas e sua relação com outro ofício muito próximo, o design.

Quando estilstas desenham fundo sobre essa relação, como em algumas coleções de Hussein Chalayan e Martin Margiela, temos em geral uma metamoda, isto é, a moda que se discute explicitamente a partir do desenho. E Reinaldo Lourenço, em sua coleção de verão 2009, entra nesse panteão ao redesenhar a forma da porcelana para suas peças.
As transparências, os tressés, os trançados de cestaria, os vazados, o decorativo (tão importante para a moda de Reinaldo e que ele nunca a lê de maneira simplória) - elementos do engenho porcelana - estavam transcodificados de maneira majestosa para os looks da coleção.

Tudo tão delicado e precioso que dava medo de quebrar (o encanto) a qualquer momento, mas foi como entrar na mágica da inúmeras louças e porcelanas das salas do Albert & Victoria Museum, pois Reinaldo não nos despertou em nenhum momento de observar sua sutileza de detalhes como quando avaliamos uma boa peça de design.

Mesmo quando aparece um dourado brilhante que nas mãos de estilsitas menos habilidosos caíria fatalmente em algo de gosto duvidoso, ele faz um biscoito (nome da primeira queima da porcelana) fino para todos os fashionistas, o mesmo que faz através de suas roupas para a origem do design e da porcelana!



Reparem no fundo do quadro depois que Reinaldo agrade, Pedro e Gloria de preto, é claro!

[Vitor Ângelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]

A COR DA TEMPORADA

Eu particularmente nunca gosto dessa coisa de cor, tecido, tendencinha da temporada, muito pelo peso e dimensão desproporcional e desnecessária que isso toma no mundo da moda e na visão que os que estão fora da roda fashion - parece que a gente só espera por essa novidade ou que a moda é feita só disso, esse “museu de grandes novidades”. Mas apesar da minha crítica, é claro que é uma informação relevante, ainda mais quando ela vem poética, amena, suave como esses tons de azul clarinho:



Huis Clos


Reinaldo Lourenço
Fotos: Charles Naseh

[Vitor Ângelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]

Cativa



Coordenadora do projeto Fiat Fashion Innovation Atitude, Rosália Andrade está quase o tempo todo no FIAT Café por Piselli. Aqui, ela aparece em dois momentos, com Malu Antônio (gerente de publicidade da FIAT) e com Lélio Ramos, diretor comercial da FIAT.
Fotos: Marcio Kato/ Fernanda Calfat
Veja mais fotos do FIAT Café por Piselli no nosso FLICKR

[Carol Ramos]

Destaques do sábado




Fotos: Charles Naseh/ site Chic

Unanimidade na redação:

- O trabalho artesanal de Isabela Capeto

- O pantone da Amapô

- A riqueza e a exuberância de Ronaldo Fraga

[Carol Ramos]

João Braga comenta "Olhar Contemporâneo" na TV Fiat Glamurama

Biti Averbach, do time de blogueiros da Fiat, levou o conceituado professor de história da moda do Senac João Braga, para dar uma volta pela exposição "Olhar Contemporâneo".

A mostra traz looks completos de todos os grandes mestres japoneses que tiveram forte influência na moda do ocidente, nomes como Kenzo, Rei Kawakubo e Junya Watanabe, da Comme des Garçons, Issey Miyake, Yohji Yamamoto e até o “novato” JunTakahashi, da Undercover.

O bate-papo acabou virando uma matéria da TV Fiat Glamurara, que você pode assistir aqui (clique no título "Tensão e Glória".

Qualé neguinho, qualé?

Aqui na Bienal, além dos personagens brega-freak clássicos, eu diariamente encontro pessoas que não me deixam outra opção além de perguntar "gente, qualé?". Até então essa pergunta era feita mentalmente, mas hoje me muni de coragem e perguntei na cara de alguns trauseuntes da Bienal "Qualé neguinho, qualé?":

Qualé do time de Baseball na Bienal?

Daniel Silva, Guilherme Hanada e Leonardo Tsuzuki, fazem parte da Confederação Brasileira de Baseball, e enquantos muitos não sabem o que vestir, eles pintaram aqui na SPFW uniformizados, com luvas e taco na mão. Mas qualé do modelito? Falta de opção na hora de vestir? "Não, a gente veio fazer a promoção de uma poltrona em forma de luva de baseball, de uma empresa especializada em poltronas com formas inusitadas." Ah que bacana, e pra poltrona em forma de boca? Quem veio fazer a promoção?


Qualé do band-aid no queixo?

Bárbara Dutra apareceu pra trabalhar aqui hoje com pontos no queixo cobertos por um decorativo band-aid. Ontem a gente saiu juntos pra festa da Neon e ela se jogou. Literalmente. "Eu estava na fila do caixa, ainda dançando de copo de tequila na mão, quando, de repente, eu caí de queixo no chão". Sobriedade não é o forte da Bárbara, seu forte é a rima.

Qualé da proposta Amazônica?

Apesar do tema Centenário da Imigração Japonesa dessa temporada do SPFW, César Cortinove acha mais importante imprimir o que ele está sentindo no momento e no momento ele está sentindo uma onda Amazônica fortíssima. Então diz aí César, qualé da floresta tropical? "Ah, é a questão da sustentabilidade, essa coisa toda étnica."


[Didi, do Te Dou um Dado? - leia mais aqui]

OESTUDIO traz tecnologia para a passarela



Fotos: Marcio Kato/ Fernanda Calfat
Eles fizeram uma trilha com o Nintendo Wi! Confira mais fotos do desfile e do backstage no nosso FLICKR

[Carol Ramos]

GUERREANDO COM A MODA MASCULINA

Em tempos que o Exército prende soldados homossexuais e precisa a todo custo provar sua virilidade, nada como o vento dessa bandeira que Alexandre Herchcovitch levanta em sua coleção masculina para o verão 2009.
Ao entrar seu primeiro look, um simulado de camuflagem, torci o nariz e pensei: “Ai não, um militarismo equivocado assim como seu caubói pós novela de dois anos atrás sobre esse universo que nem vintage dá pra chamar”.

Mas as bombas de seu universo me atingiram em cheio. Ao olhar para a roupa de povos em conflitos e muito mais, roupas que trazem um certo orientalismo, ele dá um tiro certeiro na moda masculina, que logicamente é filha do ocidente macho branco e por isso está munida de todos os preconceitos e todos os entraves para realmente colocar os homens na roda da moda.





O fato de aparecer os saiotes pregueados, uma faixa acinturada, estampas muito coloridas e vivas (referências orientais) trazem à tona o que muitos perguntaram ao estilista sobre seu homem estar mais feminino. Focado em sua inspiração, os povos em conflitos, Alexandre negou essa possibilidade como palestinos e israelenses negam agredir-se mutuamente e acabou não percebendo que a moda masculina é sua verdadeira zona de conflito, e em certo sentido seu batalhão está na avant-garde desse problema crucial aos homens: ter uma identidade.
A discussão de gênero é antiga no pensamento de moda de Herchcovitch, mas estava adormecida faz algumas temporadas. E fazê-la ressurgir de maneira tão ideologizada e em um momento tão cruccial como o que vivemos hoje, faz com que declaremos guerra contra a caretice da moda masculina e seu pensamento obtuso.

[Vitor Ângelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]

Maratona



O São Paulo Fashion Week é uma maratona que dura o dia todo, durante uma semana. Fashionista que é esperto, nem pensa duas vezes, vem de tênis pra não morrer de dor nos pés ao final do dia! Veja mais fotos no nosso FLICKR

[Fergs Heinzelmann, do Fergoland – leia mais aqui ]

FIAT-shirts para todos os gostos




Constanza Pascolato e Carol Ribeiro com as FIAT-shirts e a entrada do lounge FIAT Glamurama
Fotos: Marcio Kato/ Fernanda Calfat

Desde que começaram a serem vendidas na Banca de Camisetas e entregues a pessoas especiais que visitam o lounge FIAT Glamurama e o FIAT Café por Piselli, as FIAT-shirts viraram sensação entre os fashionistas. Quem criou as estampas foram 6 artistas diferentes, cada com a encumbência de fazer dois modelos. As marcas que fazem parte do projeto são o coletivo venezuelano Masa, o coletivo argentino DGPH, Bruno 9Li, Ellus, Ellus 2nd Floor e o estúdio francês Surface to Air Paris.

[Carol Ramos]

Parceria entre SPFW e FIAT completa 3 anos


Malu e Paulo Borges
Foto: Marcio Kato/ Fernanda Calfat

Com a noção de que a entrada da FIAT na moda deveria ser feita da maneira menos óbvia possível, a parceria entre o SPFW e a FIAT completa seu terceiro ano e o saldo é positivo para Paulo Borges, idealizador do evento: "Nossa parceria é um caminho de construção a longo prazo", comenta Paulo, "mas nossa convergência de interesses vai do design a tecnologia, da moda ao comportamento". O principal foco do projeto é desviar a atenção das pessoas do automóvel, produto da FIAT, para abrir uma trajetória de percepção em outras áreas da cultura.

[Carol Ramos]

O melhor desfile de ontem pelos editores de moda

Confira qual foi o desfile de sexta-feira que alguns dos principais editores de moda mais gostaram:


Alcino Leite, da Folha de São Paulo, achou a coleção de Alexandre Herchcovitch: "Foi desfile muito inteligente, pelo contraponto entre a dimensão guerreira masculina e o desabrochar do feminino", a exemplo dos babados que "começavam lá", onde tudo começa, e partiam para os ombros, "Como as armaduras dos guerreiros", completa Alcino.


Vivian Witheman, também da Folha, gostou do desfile de Reinaldo Lourenço, pois o estilista trabalhou com materiais difíceis e ainda assim obteve um resultado leve: "Ele explorou bem o tema das bonecas de porcelana, sem cair num resultado infantil"


Erika Palomino, da revista Key, também se encantou com Reinaldo Lourenço e acha que esse foi o melhor trabalho que ele já fez na sua carreira, com uma coleção sofisticada e bem construída, sendo ainda bastante fashion e fluido. "Adorei as escolha dos branco e dourado"


Constanza Pascolato também aprovou o trabalho de Reinaldo: "O desfile foi extraordinário, um bom exemplo de moda luxo"

[Fergs Heinzelmann, do Fergoland – leia mais aqui ]

Japonismo


Hoje eu tive tempo de percorrer, com bastante calma, a exposição Olhar Contemporâneo, que é uma das grandes atrações deste SPFW. Todos os grandes mestres japoneses, que tiveram forte influência na moda do ocidente, estão lá: do precursor Kenzo (que está prestigiando o evento), passando por Rei Kawakubo e Junya Watanabe, da Comme des Garçons; Issey Miyake e Yohji Yamamoto; até o “novato” JunTakahashi, da Undercover.

Fiquei emocionada de ver, tão de perto, roupas tão especiais que eu só conhecia por fotos em revistas e sites. Para mim, a sensação foi de estar na presença da própria história.

Parecia que aquelas peças –testemunhas de uma revolução feita de tecido, costura e imaginação– apesar de estarem temporariamente congeladas nos manequins, pudessem ganhar vida novamente, em algum corpo, em algum lugar. É que as idéias contidas ali estão vivas, elas alargaram as fronteiras da moda, renovaram conceitos, trilharam caminhos inéditos. Elas comunicam o novo.

Por isso mesmo, quando me refiro a um destes estilistas, não me furto a denominá-los de criadores.







De cima para baixo: looks de Yohji Yamamoto, Kenzo, Junya Watanabe e Issey Miyake.

Veja mais fotos no meu FLICKR

[Biti Averbach, do Moda Sem Frescura – leia mais aqui ]

MARIA BONITA: TE REENCONTRAREI-ME

Na trilha,a poesia de Dorival Caymmi. Na passarela, a prosa de Maria Bonita.
O compositor baiano tem em seus pontos altos, a economia de signos, um certo minimalismo poético: “não fazes favor nenhum/ em gostar de alguém/ nem eu/ nem eu/ nem eu” é um exemplo clássico. O diálogo de Maria Cândida com o japonismo e depois de Dani Jensen com o minimalismo fazem da prosa da marca também em suas roupas ter uma certa economia de signos.

Mas nada é literal, pois poesia invade a prosa da marca assim como o mar em ressaca arrebenta no calçadão da praia.

A peça central, o macacão (um dos itens do DNA da marca), simboliza arquetipicamente o trabalho, no caso os laboriosos pescadores.


De suas cordas, de sua linha de pescar constrói-se as roupas, essa jangada que nos fará navegar pelo imaginário da estilista.
Seu mar é denso! Mas suas peças são leves!


Dani Jensen continua a olhar o outro, no caso um universo distante do seu, sua alteridade: os pescadores e mimetiza a alma brasileira, essa que na impossibilidade da cópia acaba criando um vasto mundo novo. Te reencontrei-me!

[Vitor Ângelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]

Paisagem Real


Ontem, no lounge Fiat Glamurama, a designer de acessórios Francesca Romana Diana lançou uma linha de pulseiras, em homenagem aos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil. Feitas de latão e banhadas a ouro, as peças têm lindos desenhos feitos pela pintora (e princesa) Leli de Orleans e Bragança.

No vídeo, Francesca explica mais.



[Biti Averbach, do Moda Sem Frescura – leia mais aqui ]

PREVIEW: RONALDO FRAGA


Ronaldo Fraga e a busca de um Brasil esquecido, ou melhor, de um modo de olhar o mundo que finge-se submerso para sobreviver. E são nesses momentos que o estilista é responsável por emergir algo profundo que sempre nos traz algo lúdico adormecido no nosso inconsciente possivelmente nacional mas mais do que um sentimento em grupo é sempre um sentimento individual que pode ser compartilhado. Essa é a magia de suas roupas.
Para o verão 2009 a inspiração é “o universo mágico e real do rio São Francisco”. As cores são (eu amo como os estilistas imaginam sua cartela): laranjas desenvergonhados da beira do cais, brancos sujos, azuis, verde-água, base amarela do sedimentado caído dos verões, marrons das cheias de cabeceiras.

As formas são de pacotes ardentemente esperados para serem entregues pelo vapor Benjamin Guimarães
Vale a pena prestar atenção nos bordados desenvolvidos pela família Matizes Dumont de Pirapora!
De qualquer forma, Fraga fará novamente um dos desfiles mais esperados da temporada.

[Vitor Ângelo, do dus*****infernus - leia mais aqui]